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Inverno chega e traz alerta para outras doenças, além da Covid-19

Médicos falam a respeito de alergias respiratórias e também sobre a dengue, que continua exigindo cuidados

Em 2020, o novo coronavírus tem sido o principal motivo de preocupação e cuidados preventivos, porém, com a chegada do inverno, as doenças que comumente surgem ou se agravam, continuam acometendo as pessoas. O mesmo vale para a dengue.

O médico pneumologista Eduardo Lima Cunha, que também é professor na faculdade de Medicina da UniFAE, aponta que há dois grupos de doenças respieratórias prevalentes nesta época – as infecciosas  e as alérgicas.

“Das doenças infecciosas, devemos nos lembrar das gripes e resfriados em geral, causados por vírus. Essas são as ditas ‘mais comuns’ e realmente existe um risco um pouco maior de pneumonia também nessa época do ano”, diz Eduardo.

No tocante às doenças alérgicas, o médico atenta para a asma e bronquites, sendo que a asma não se desenvolve no inverno, mas o clima frio apenas  desencadeia os sintomas desta no paciente que já seja asmático.

Sobre a semelhança entre os sintomas dessas doenças respiratórias com os da Covid-19, Eduardo reconhece que alguns são muito parecidos, sim, principalmente a asma e a pneumonia, que causam falta de ar.

“Para diferenciar essas doenças da Covid-19, isso não é tarefa para o cidadão comum fazer. Precisa de uma avaliação médica. Mas não é natural que o coronavírus cause infecção sem febre. Se o paciente está com os sintomas [das doenças respiratórias] e não está tendo febre, é menos provável que seja coronavirus. Além disso, com o coronavirus não costuma haver ‘chiado’ no peito, como ocorre com as bronquites, a asma. Esses pequenos detalhes podem diferenciar as doenças, mas eu não recomendo que alguém que não seja da área da saúde tente fazer essa distinção por conta própria”, orienta o pneumologista.

Dos cuidados  preventivos para essas patologias, Eduardo destaca que um deles é justamente o distanciamento social, pois evita que a pessoa com gripe a transmita para outras.

“E a lavagem frequente das mãos, o uso de máscaras. Na realidade, todos esses hábitos que hoje em dia estão em evidência pela Covid-19 são válidos para todas as doenças infecciosas que surgem nessa época do inverno. A respeito das doenças alérgicas, uma prática que pode ajudar seria, por exemplo, umidificar o ambiente. Quem tem a possibilidade de colocar um umidificador dentro de casa ou no quarto de dormir, isso ajuda bastante. Ou então colocar uma bacia de água ou uma toalha molhada estendida, tudo isso ajuda a melhorar a umidade do ambiente e, consequentemente,  as doenças alérgicas”, conclui o médico.

Eduardo lembra que a maioria dos resfriados e gripes melhoram naturalmente, mas depende de cada situação e, para algumas, há medicação específica.

“No caso das doenças alérgicas, existem os antialérgicos e, dependendo da situação, é necessário usar bombinha. Mas, para tratamento, o ideal é que essa pessoa faça uma consulta presencial, conversando diretamente com o médico”, finaliza ele.

Dengue também merece atenção

Segundo a médica sanitarista Fátima Livorato, professora da Faculdade de Medicina da UniFAE, a dengue é mais frequente nos meses mais quentes e com mais chuva, mas continua merecendo atenção, pois nos municípios do estado de São Paulo e da região de São João da Boa Vista, em 2020 houve epidemia (aumento muito expressivo do número de casos), nos meses de fevereiro e março.

“Em abril, maio e junho continuamos tendo casos. Chamamos a atenção que, no Brasil, a dengue tem ocorrido o ano inteiro, pelo fato de não temos inverno rigoroso como nos países do hemisfério norte. Por isso não podemos deixar de realizar as medidas de prevenção de combate ao mosquito transmissor”, salienta a médica.

E acrescenta que, nos casos suspeitos de dengue, a pessoa apresenta febre (entre 2 e 7 dias), além de dois ou mais sintomas como náuseas ou vômitos; manchas vermelhas na pele; dores musculares ou nas articulações; dor de cabeça ou dor atrás dos olhos; manchas hemorrágicas na pele ou prova do laço positiva (teste para provocar hemorragia com aparelho de pressão).

“Os sinais de alarme de casos mais graves são dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdome, vômitos persistentes, derrames no abdome, no pulmão e coração, sangramento de mucosas, letargia ou irritabilidade, queda de pressão, aumento do fígado e desidratação”, cita Fátima, enfatizando que casos graves de dengue são os que necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 Sobre a diferenciação de dengue e Covid-19, a sanitarista justifica que na Covid-19 são frequentes os sintomas respiratórios --coriza, tosse seca, perda do paladar e do olfato, enquanto a dengue não tem sintomas respiratórios.

“Importante é lembrar que pessoas idosas e crianças são consideradas grupos de risco para dengue, pois são mais vulneráveis e podem apresentar mais complicações e mais formas graves, exigindo cuidados especiais quando acometidas pela doença. Como medidas gerais de prevenção, para manter nossas defesas íntegras, são as orientações básicas de alimentação saudável, prática de atividades físicas regulares, evitar fumo, evitar e/ou moderar o uso de bebidas alcoólicas e controlar doenças crônicas como obesidade hipertensão, diabetes, entre outras”, Fátima finaliza.