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Outubro Rosa conscientiza sobre o câncer de mama, mesmo ante a Covid-19

Doutora em Oncologia e professora no UniFAE esclarece que nem todos os nódulos são cancerosos e dá outras informações

Em meio a tantas preocupações acerca da Covid-19, assunto que ganhou repercussão em 2.020, o Outubro Rosa chegou e faz um parêntese nesta pandemia, para lembrar a todos, sobretudo às mulheres, da importância dos exames preventivos ao câncer de mama.

A respeito desse assunto, a fisioterapeuta Laura Rezende, docente do curso de Fisioterapia do UniFAE, além de Mestre, Doutora e Pós-doutora em Oncologia e Pró-Reitora de Pós-graduação e Pesquisa UniFAE, esclareceu alguns aspectos.

COMO SURGIU

“A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade. Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama, denominando-as como Outubro Rosa”, conta Laura, sobre como surgiu esse movimento.

A fisioterapeuta também destaca que todas essas ações eram e são até hoje direcionadas à conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce e, a fim de sensibilizar a população, ações e eventos com a cor rosa passaram a ser realizados.

DETECTAR PRECOCEMENTE

Laura também pontua que a ideia do Outubro Rosa é conscientização do câncer de mama, para que haja o diagnóstico precoce.

“Diagnóstico precoce significa identificar a doença no início, para que o tempo de sobrevida após este [diagnóstico] seja maior. Para a prevenção do câncer de mama são necessárias ações como estilo de vida saudável e prática de atividade física”, enfatiza ela.

E acrescenta que cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como praticar atividade física; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

“Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas, daí a importância da realização do autoexame. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A recomendação brasileira segue a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de países que adotam o rastreamento mamográfico”, salienta Laura.

NEM SEMPRE É CÂNCER

Ao realizar o autoexame, algumas mulheres podem notar ‘caroços’ e, com certeza, a sensação de pânico aparece. Porém, a fisioterapeuta revela que nem todo ‘caroço’ é sinal de câncer.

“Pode ser glândula normal da mama ou algum linfonodo reacional a alguma situação. Nódulos na mama podem ser benignos também. Ainda existem os cistos, que são diferentes dos nódulos e são benignos”, acentua.

ESTATÍSTICAS MUNDIAIS

O câncer de mama é o segundo mais frequente entre as mulheres, excetuando o câncer de pele não-melanoma.

“Segundo a American Cancer Society, em 2019, diagnóstico de câncer de mama com a doença apenas na mama, a cada 100 mulheres, em 5 anos, 99 estarão vivas. Com o diagnóstico do câncer de mama locorregional (mama e axila), a cada 100  mulheres, em 5 anos, 85 estarão vivas. Apenas quando há metástases, a cada 100  mulheres, em 5 anos, 27 estarão vivas. Dessa forma, o diagnóstico precoce é muito importante”, Laura alerta.

E completa que nos Estados Unidos são esperados  268.600 casos novos e 41.760 mortes em mulheres.

“Cerca de 4 milhões de mulheres estão vivas nos EUA após o diagnóstico de câncer de mama (American Cancer Society, 2019). Dessa forma, as mortes estão associadas a grande ocorrência da doença e ao diagnóstico tardio”, finaliza.