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Outubro começa com Dia Mundial do Idoso

Oportunidade é propícia para refletir sobre a importância dessas pessoas na sociedade e sobre doenças como o Alzheimer que acomete essa faixa etária

No dia 1º de outubro comemora-se o Dia do Idoso, data instituída em 1991 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), nos termos da Resolução 46, que visa sensibilizar a sociedade mundial para, entre outros aspectos, observar a  necessidade de proteção e cuidados para com essa parcela da população.

No Brasil, o Dia do Idoso passou a ser celebrado em 1º de outubro de 2003, em função de ser o dia em que a Lei n° 10.741, mais conhecida como Estatuto do Idoso, entrou em vigor.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são classificadas como idosas as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 nos países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil.

É cada vez mais comum nos dias atuais encontrar pessoas que ultrapassam essa faixa etária e permanecem ativas, com qualidade de vida e disposição para trabalhar (mesmo depois de aposentados).

O envelhecimento, contudo, sempre traz impactos na saúde, e o próprio Estatuto, em seu art. 2º, assegura que “ao idoso sejam garantidas todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.”

Nesse aspecto, é fundamental que a família, cuidadores e demais pessoas que convivem com  os idosos fiquem atentos ao quadro clínico, agindo prontamente em favor deles, caso percebam algum sintoma diferente do habitual.

Detecção do Alzheimer e como agir neste caso

No mês de setembro, a cor roxa, que simboliza a conscientização quanto à prevenção do Alzheimer também prevaleceu, para lembrar às pessoas sobre essa doença, que costuma acometer principalmente idosos.

O médico neurocirurgião Antonio Pedro Baroni Amaral, professor de semiologia

neurológica e neurocirurgia da UniFAE, esclarece que a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal, que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, com comprometimento progressivo das atividades de vida diária. A referida doença acarreta uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.

“A causa desse processo ainda é desconhecida, mas acreditase que seja geneticamente determinada”, diz o médico.

Quanto ao perfil mais propenso a desenvolver o Alzheimer, Baroni observa que as taxas de prevalência variam conforme a região em que se vive, a idade e a condição sócioeconômica.

“É fato que, estatisticamente, as mulheres são mais acometidas que os homens, em uma proporção de 3 mulheres para 2 homens, assim com as pessoas analfabetas”, destaca o neurocirurgião.

E acrescenta que, sendo uma doença de caráter degenerativo progressivo relacionado com a genética, não há como conter seu avanço -- mas há tratamentos com medicações específicas que podem retardar esse processo e melhorar a qualidade de vida do paciente.

COMO FAMILIARES PODEM AJUDAR

Para a família e cuidadores que convivem com o paciente de Alzheimer, Baroni lembra que é sempre importante estar bem informados sobre a doença, seus estágios e o que esperar dela.

E deixa alguns exemplos de atitudes que podem ser colocadas em prática:

  •  Procure falar de modo simples, objetivo e claro.
  •  Para facilitar a comunicação, use frases curtas, diretas e fechadas (sim ou não).
  • Sempre chegue pela frente para falar com a pessoa e nunca toque pelas  costas, antes que ela te veja. Pode assustar e fazê-la reagir para se defender de uma agressão imaginária.
  • Chame a pessoa pelo nome ou apelido que sempre foi acostumada a ouvir.   Relembre seu nome, sempre que puder.
  •  Não perca a paciência, pois a pessoa poderá ficar resistente a reagir.
  •  Quem tem Doença de Alzheimer repete muitas vezes a mesma história. Não

recrimine, nem a avise que ‘já contou’, pois esta não é uma atitude voluntária dela.

  •  Fale com ela e ouça sempre olhando nos olhos, com cordialidade e sem

demonstrar pressa ou impaciência. Às vezes é difícil, mas você vai se habituar e

perceber que é melhor assim, afinal, quem tem autocontrole e capacidade de se

adaptar a novas situações é você, que é saudável.

  • Converse sobre momentos marcantes e felizes da vida da pessoa. Utilizar fotos antigas é uma boa oportunidade disso. Uma comunicação positiva (com humor) diminui sintomas de depressão, angústia e estresse.
  •  Não faça perguntas do tipo, “Qual é o nome dele, lembra?”. Mude para: “Ele é seu irmão José.” Pois essas perguntas dependem de um tipo de memória (episódica) que a pessoa já tem comprometida, na fase inicial da Doença de Alzheimer. Logo, possivelmente ela vai errar ao responder.
  • Dê tempo suficiente para o paciente responder perguntas que ainda consegue. E sempre que puder, diga palavras de incentivo: Muito bem! Isto mesmo! Como você está cheirosa depois do banho.
  • Estimule-a a ouvir as músicas que gostava antes, a cantar, cantarolar, a recordar palavras da música conhecida.
  • Com a evolução da doença, a pessoa vai falando cada vez menos.    Procure

prestar mais atenção nos gestos e olhares, pois o corpo fala. Mas ao tentar comunicar-se com ela, preste atenção em seu semblante e tom de voz também, para que ela não se sinta ameaçada, nem acredite que você esteja zangado(a) com ela.