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Pandemia não impede de praticar atividade física

Docente e Coordenador do curso de Educação Física do UniFAE, Cássio Almeida fala sobre o assunto e deixa algumas dicas

Com tantas restrições que a fase vermelha do Plano São Paulo impôs a todos, para tentar conter o agravamento da pandemia da Covid-19, muitas atitudes, antes corriqueiras, acabam modificadas ou deixadas de lado – ir a academias, por exemplo, pode ser uma delas.
Em contrapartida, praticar atividades físicas é importantíssimo para conservar a saúde, tanto física como mental, inclusive para pessoas acima dos 60 anos.
Mesmo que se esteja em casa, seguindo os protocolos de segurança para se manter longe no novo coronavírus, isso não significa que alguém não possa –e deva!- se exercitar e o coordenador do curso de Educação Física do UniFAE, Cássio J. S. Almeida, deixa aqui alguns esclarecimentos sobre o assunto.

MANTER A SAÚDE EM DIA

Especialista em Psicologia do Esporte, Cássio enfatiza que os exercícios físicos são fundamentais para a manutenção dos níveis de saúde.
“Atualmente a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que a quantidade de prática de exercícios físicos deve ser de no mínimo 150 minutos semanais. Com o ‘confinamento’, essas atividades podem e devem ser organizadas em ambientes como varandas, garagens e até mesmo cômodos arejados. Estar acompanhando de profissional de educação física é fundamental para uma prática adequada e saudável. Para amenizar a falta de espaços e acesso a academias e clubes, podemos mudar alguns hábitos simples no nosso dia a dia, como subir escadas e, se for possível, fazer caminhadas, mantendo distanciamento e com uso de máscara”, sugere ele.
E acrescenta que o fundamental é criar uma rotina de exercícios, assim como existem rotinas de trabalho, de alimentação e lazer, pois isso contribui positivamente para a manutenção da qualidade de vida.

DICAS DO PROFISSIONAL

Cássio observa que em casa, não existem as ‘facilidades’ disponibilizadas em academias, como aparelhos e professores sempre por perto, mas é possível contornar isso e deixa algumas dicas. 
“Podemos utilizar exercícios com o próprio peso corporal, exercícios de equilíbrio e alongamentos, acompanhados dos [exercícios] de respiração e até mesmo meditação, pois são atividades que proporcionam a melhoria da consciência corporal, nos ajudam a ter melhor percepção do nosso corpo e a aprimorar o autocuidado. É importante destacar que, mesmo em casa, a orientação de um profissional faz toda a diferença para ajudar em possíveis correções e orientações mais técnicas. É importante ter cuidados com influenciadores e profissionais que se aproveitam do momento pandêmico para ministrar aulas e orientações, sem ter a devida formação”, alerta.

EM QUALQUER IDADE

No tocante aos cuidados que pessoas mais idosas devem ter ao iniciar qualquer programa de exercícios físicos, Cássio enfatiza que o principal é ter acompanhamento de um profissional de Educação Física.
“Antes do início das atividades, este profissional faz uma anamnese e irá organizar o perfil de trabalho, que deve ser individualizado. O mais importante é que a pessoa tenha, dentro do seu dia, uma rotina de exercícios que seja prazerosa e contribua para a manutenção da saúde física, social, cognitiva e psicológica. Pensando em programas elaborados para melhorar equilíbrio, força, flexibilidade, agilidade, capacidade, enfim, que contribuam para efetividade nas tarefas da vida diária, impactando diretamente na autoconfiança, autoestima e independência”, justifica. 

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA

Para encerrar, Cássio reforça que os benefícios de se exercitar não são apenas físicos, mas cognitivos e psicológicos.
“Conforme pesquisa de Alves e outros (2016), ficou demonstrado que sujeitos mais ativos apresentam níveis de habilidades emocionais positivas superiores às de pessoas não ativas; também associaram menor chance de desenvolver doenças mentais, melhor qualidade de vida e autoestima. Idosos com uma percepção positiva da qualidade de vida são mais resilientes, têm maior capacidade de enfrentamento dos momentos difíceis, são mais independentes e confiantes nas próprias habilidades. O importante é que cada pessoa tenha, conforme suas necessidades e capacidades, uma rotina de exercícios físicos incorporados no seu dia, pois, sem sombras de dúvidas, os impactos positivos são fantásticos”, finaliza.