São João Prev

NOTÍCIAS

Dezembro vem alertar sobre o câncer de pele

Mês laranja lembra da importância de seguir cuidados preventivos a este câncer, considerado o que mais acomete ambos os sexos

O mês de dezembro marca a chegada do verão no hemisfério sul e, especialmente no Brasil, o clima se torna acentuadamente quente -- o que, se por um lado leva um grande número de pessoas à praia e piscinas, por outro, as expõe ao sol intenso, típico desta estação.
É aí que surge a necessidade de maior proteção, a fim de evitar o desenvolvimento do câncer de pele, lembrado pela Campanha Dezembro Laranja, cujo objetivo é conscientizar a população sobre os cuidados que se deve seguir ao tomar sol.
A médica dermatologista Carolina Dantas, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (desde 2008) e docente no curso de Medicina do UniFAE (desde 2017), esclarece que o câncer de pele é dividido em dois tipos distintos: melanoma, que é mais agressivo; e o não-melanoma, muito comum e com pouca agressividade.


NÃO MELANOMA

“O câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor mortalidade, porém, se não tratado adequadamente, pode deixar mutilações bastante expressivas”, alerta a médica.
A estimativa de novos casos no Brasil, segundo o INCA é de 176.930 só em 2020, sendo 83.77 homens e 93.160 mulheres.
Carolina destaca que o melanoma, dentre os tipos de câncer de pele, representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. 
“É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos)”, justifica ela. 

Quanto aos fatores desencadeantes, a dermatologista aponta os seguintes, para o câncer de pele não-melanoma (chamado carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular): exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta –UV), principalmente na infância e adolescência; fisicamente, ter pele e olhos claros, cabelos ruivos / louros ou ser albino; e ter história familiar ou pessoal de câncer de pele.
“Pessoas de pele branca ou ascendência europeia, que trabalham sob exposição direta ao sol são mais vulneráveis”, lembra Carolina, citando trabalhadores rurais e da construção civil como exemplos.
Outros fatores de risco que a dermatologista acrescenta incluem indivíduos com sistema inume debilitado (que usam remédios imunossupressores, como quimioterápicos e corticoides em altas doses, por tempo prolongado), além da exposição à radiação artificial (câmaras de bronzeamento artificial e tratamentos de fototerapia).


MELANOMA

Em relação ao melanoma, que é mais comum e menos agressivo, Carolina enumera os mesmos fatores de risco, somando-se a estes a exposição a câmaras de bronzeamento artificial.


COMO PREVENIR CORRETAMENTE

A dermatologista aconselha que a melhor maneira de prevenir o câncer de pele é seguir procedimentos como evitar a exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h; procurar sempre lugares com sombra; usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas; aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro solar com fator de proteção 15 (no mínimo); e usar filtro solar próprio inclusive para os lábios.
 

SOBRE DEZEMBRO LARANJA


Carolina revela que, desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. 
“Desde então, sempre no último mês do ano, são realizadas diferentes ações, em parceria com instituições públicas e privadas, para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a procurar um médico especializado, para diagnóstico e tratamento”, completa a médica.
E avisa que a ação completa sete anos em 2020 e, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, tem ocorrido exclusivamente no formato digital, em todos os canais de comunicação da SBD.
“O tema escolhido enfatiza que câncer de pele é coisa séria e que a conscientização deve começar na infância”, finaliza.